Exposição em São Paulo apresenta Japão por meio de brinquedos

Gratuita, a mostra “Dōshin: os encantos dos brinquedos japoneses” estreou em 27 de junho na Japan House e fica disponível até 12 de novembro — com programação especial em julho

TamagotchiHello Kitty e Beyblade provavelmente são seus velhos conhecidos, se você foi criança nos anos 1990. É provável também que você conheça o país de origem desses brinquedos. Acertou se disse Japão. Mas sabia que muitos outros itens queridinhos da sua infância também vieram de lá?

Lembra daquela lousa magnética em que você escreve e apaga rapidamente? Ela se chama “Sensei” no país asiático, um título de honra japonês para aqueles que ensinam. A lousa mágica, como é conhecida, foi criada em 1977 pela Takara Tomy, principal fabricante de brinquedos do Japão.

A empresa também é responsável pelo Pula Pirata. Se você não é dessa época, a ideia é, num grupo de jogadores, enfiar espetos no barril do pirata sem que ele pule. Caso isso aconteça, o jogador é eliminado. O brinquedo chegou às lojas japonesas em 1975 e vendeu mais de 15 milhões de exemplares em 47 países.

Tudo isso é apresentado na mostra gratuita Dōshin: os encantos dos brinquedos japoneses, que estreou no último dia 27 de junho na Japan House, em São Paulo. A palavra dõshin significa coração infantil, ou coração de criança. O que faz sentido com o objetivo da exposição: aproximar crianças brasileiras da cultura japonesa.

“A Japan House tem a missão de aproximar a cultura contemporânea japonesa com nosso público. E a arte é uma ferramenta muito eficaz de diálogo entre diferentes culturas”, comenta a GALILEU Natasha Barzaghi Geenen, que liderou a curadoria ao lado de Gabriela Bacelar.

A ideia de usar brinquedos partiu do princípio de que brincar é um ato universal, e por isso chamaria atenção dos pequenos. A mostra tem um acervo de 126 itens, que serão doados ao Japão após o encerramento da exposição, em 12 de novembro.

Os mais mais do Japão

De acordo com Geenen, a ideia é apresentar itens que ainda são populares no país asiático. É o caso da boneca Licca Chan, lançada em 1967 pela Takara Tommy, e que ocupa o lugar da Barbie no Japão. Outro brinquedo que os japoneses amam são bonecos do anime Anpanman, um dos mais famosos do país. Criado em 1973 por Takashi Yanase, o personagem é um bolinho de feijão doce (anpan) cujo antagonista é o germe antropomorfo Baikinman.

“Uma diferença entre os brinquedos daqui e os do Japão é que existe uma atenção maior por parte deles na minúcia, como em brinquedos pequenos de montar, instigando a paciência na criança”, comenta Natasha. Um exemplo são os famosos Nanoblocks, lançados em 2008, cujos kits contam com pequenas peças usadas para montar paisagens e casas, semelhantes às de Lego, mas minúsculas.

Para entender quais brinquedos são mais comuns nos lares e lojas do Japão, incluindo em datas festivas, as curadoras fizeram uma pesquisa a distância. O processo de coleta de dados e compra de brinquedos levou cerca de um ano e meio.

Além disso, a dupla brasileira contratou um consultor diretamente do Japão, que é editor da revista japonesa Toy Journal. Ele foi responsável por apontar brinquedos que não tivessem sido identificados na pesquisa, e ainda escreveu as legendas disponíveis na mostra em São Paulo.

O que esperar

Dentro da exposição, há um espaço próprio para que crianças e adultos tenham acesso a alguns dos brinquedos expostos. O ambiente é observado por monitores treinados para ensinar os baixinhos e seus responsáveis a manejar os itens com segurança.

Também vale destacar que, ao contrário do que muitos podem pensar, nem todos os brinquedos japoneses são ultratecnológicos. “Muitos chegam aqui esperando eletrônicos, mas mais de 90% dos nossos brinquedos proporcionam à criança o desenvolvimento das habilidades motoras, questões de sociabilidade, aprender a dividir”, explica Geenen. “É importante mostrar que no Japão, que é uma potência tecnológica, as crianças também brincam.”

Em julho, mês de férias escolares, a Japan House realizará workshops de produção de koinobori de terça-feira a domingo. Esse é o nome daquelas flâmulas em formato de carpas feitas no Dia das Crianças japonês, comemorado em 5 de maio.

Serviço

  • Japan House São Paulo | Segundo andar
  • Endereço: Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo

 

Horário de funcionamento:

  • Terça a sexta-feira, das 10h às 18h
  • Sábados, das 9h às 19h
  • Domingos e feriados, das 9h às 18h

Leia mais: https://revistagalileu.globo.com/cultura/arte/noticia/2023/07/exposicao-em-sao-paulo-apresenta-japao-por-meio-de-brinquedos.ghtml

Fonte: Revista Galileu

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