A comunidade global de licenciamento é alimentada por um grupo incrível de profissionais cujas diversas formações e energia criativa impulsionam a inovação e a excelência. Cada semana traçaremos o perfil de um desses profissionais nesta série contínua.
Germano Brandino, Diretor de Marketing da Novabrink e Diretor de Marketing da Abral-Licensing International
- Como você entrou no licenciamento (ou como o licenciamento encontrou você)?
Meu primeiro contato com o licenciamento foi ainda bem jovem, com 10 anos de idade, quando desenhei os conceitos do que seria um kit de acessórios de um dos meus personagens favoritos, o Batman, para a empresa da família. Os diretores da época decidiram levar o projeto adiante e, por sorte, o produto foi um grande sucesso de vendas, estando até hoje presente na linha da Novabrink. Quando comecei de fato a trabalhar em tempo integral na empresa, aos 17 anos de idade, estagiando no setor de desenvolvimento de produtos, sempre tive esse olhar especial para as tendências de marcas focadas no publico infantil, e acabou que essa parceria com os licenciadores se tornou uma grande marca da minha carreira profissional no marketing e na construção de linhas de produtos.
- Qual é a sua rotina na posição atual?
Minha rotina envolve basicamente tudo que possa estar ligado a entender os desejos e comportamento do nosso consumidor final. Isso inclui avaliação constante dos dados de mercado, tanto de nossa linha como da concorrência, assim como de outros segmentos, para amparar as mais diversas decisões dentro da empresa. Além disso a pesquisa das tendências de consumo de conteúdo e avaliação constante de oportunidades de licenciamento junto a meu time são tarefas diárias em nossa rotina, assim como definir e implementar estratégias de comunicação com o público-alvo nas mais diversas mídias, além da execução no ponto-de-venda.
- Qual é a sua maior realização pessoal ou profissional?
A minha maior realização na vida sem dúvida nenhuma é a família que eu construí junto a minha esposa Ana, onde tivemos 3 filhos sensacionais, o Joaquim, o Eduardo e a Cecília, o que para alguém que foi filho único como eu tem um sabor ainda mais especial. Junto a essa turminha vivemos as mais diversas aventuras e redescobrimos o mundo através do olhar deles, dividindo hobbies e descobrindo paixões em comum, como viajar, assistir futebol e, principalmente, a música.
Já no campo profissional as maiores realizações foram as vezes que acertamos em produtos que atingiram em cheio os desejos das crianças do momento, onde literalmente transformamos em realidade o que as crianças sonhavam em brincar e que até então simplesmente não existiam, como o caso que tivemos com o boneco do Luccas Neto em 2019, onde atingimos o primeiro milhão de peças vendidas em apenas 8 meses, sendo um dos projetos de maior sucesso na historia do brinquedo no Brasil.
- Quais são as tendências ou mudanças mais significativas que você viu no negócio nos últimos anos?
Um dos maiores desafios que vivenciamos na minha opinião foi a mudança do perfil de consumo de conteúdo, principalmente pela entrada dos streamings e mídias sociais, que democratizaram a produção e tornaram possível qualquer pequena marca ser vista pelo consumidor final, forcando grandes estúdios e produtores a se reinventarem de maneira a continuarem relevantes no mercado. A grande exposição a novas marcas torna também cada vez mais difícil a fidelização do consumidor com uma especifica por um tempo significativo, trazendo desafios para as indústrias relativos a como gerir seus investimentos. É um mundo cada vez mais rápido e arriscado para os empresários, principalmente para quem não estiver ligado em dados e tendências tecnológicas.
- O que te mantém acordado à noite? Qual é o seu maior desafio atualmente?
Nosso maior desafio atualmente é trazer uma empresa familiar e tradicional para a realidade do mundo de hoje, com questões que vão desde a gestão dos jovens talentos até a integração do nosso negócio com as novas tecnologias, como por exemplo a Inteligência Artificial, tema esse que inclusive me levou a cursar uma nova pós-graduação de maneira a entender como nos encaixamos diante dessa verdadeira revolução, que está apenas começando…
- Na sua opinião, qual é a principal habilidade que todo executivo de licenciamento deve ter para ter sucesso?
Eu diria que empatia com seu cliente/parceiro e curiosidade são fatores fundamentais para ser um profissional de sucesso no licenciamento atualmente.
- Qual foi o melhor conselho que você já recebeu ou qual é a sua frase favorita?
Alguns dos melhores conselhos que já ouvi na minha vida profissional vieram do querido Ricardo Sayon, fundador da Ri Happy, mas duas em especial guardo com carinho: “é melhor ser o décimo colocado em um bom mercado do que o primeiro em um mercado ruim”, e “ter boas idéias muita gente tem, executar elas é que é para poucos”. Essas frases geram muita reflexão sobre como devemos agir.
- Qual é o seu case de sucesso favorito no licenciamento?
Um case inspirador para minha vida profissional foi a do licenciamento da marca Gugu Liberato para brinquedos, idealizado e executado inicialmente por um profissional que carinhosamente chamo de “mestre”, o João Nagano, Diretor de Marketing da Grow. Esse case gerou um enorme sucesso de vendas atrelada a uma marca que, a principio, não tinha um link direto para o público infantil. Houve naquele momento uma sensibilidade diferenciada de entendimento do perfil de consumo de conteúdo das famílias brasileiras, o qual ditou uma grande tendência de licenciamento de marcas para os anos seguintes, na qual até mesmo nossa empresa acabou entrando e se beneficiando durante um bom tempo.
- Se você não estivesse no mercado de licenciamento, o que estaria fazendo agora?
Com certeza tocando o bom e velho Rock N´Roll com os amigos, toda noite em algum bar diferente desse mundão…
- O último produto licenciado que comprei foi… ?
Um pato de borracha, desses de banheira, com a roupa do Elvis Presley.