A Casa dos Sonhos da Barbie não é lugar para os tímidos. “Não há paredes nem portas”, diz Greta Gerwig em entrevista ao site Architectural Digest. “As Casas dos Sonhos presumem que você nunca tenha algo que seja privado – não há lugar para se esconder.” Essa metáfora doméstica tem se mostrado uma rica fonte de ideias para a cineasta, cuja homenagem em live-action à icônica boneca da Mattel estreia nos cinemas em 21 de julho, mas já está dando o que falar.
Para traduzir o universo da Barbie para as telas, Gerwig contou com a colaboração da diretora de arte Sarah Greenwood e da decoradora de cenários Katie Spencer, equipe por trás de produções impecáveis de época, como “Orgulho e Preconceito” e “Anna Karenina”. As duas se inspiraram no modernismo de meados do século 20, em Palm Springs, incluindo a Kaufmann House de Richard Neutra e outros ícones fotografados por Slim Aarons. “Tudo naquela época era perfeito”, diz Greenwood, que se esforçou “para tornar a Barbie real por meio desse mundo irreal”.
Nem Sarah nem Spencer tiveram uma Barbie na infância, então trataram de comprar uma Casa dos Sonhos, a de brinquedo, que fique claro, para estudar. “A escala é bem estranha”, lembra Katie, explicando como ajustaram as proporções peculiares dos cômodos para 23% menores que o tamanho humano para o cenário. Gerwig explica: “O teto na verdade fica bem próximo da cabeça e são necessários apenas alguns passos para atravessar o cômodo. Isso tem o efeito estranho de fazer os atores parecerem grandes no espaço, mas pequenos como um todo”.
Construída no terreno dos estúdios da Warner Bros. nos arredores de Londres, a casa cinematográfica da Barbie reinterpreta uma fantasia rosa de três andares, com um escorregador que cai direto em uma piscina. “Queria capturar o que era divertido nas Casas dos Sonhos”, revela Gerwig, que emenda: “Por que descer escadas quando você pode escorregar para a piscina? Por que subir escadas quando você pode pegar um elevador que combina com seu vestido?”.
Para o quarto da Barbie, a equipe combinou uma cabeceira em formato de concha estofada em veludo com uma colcha de lantejoulas. “Definitivamente é uma casa para uma mulher solteira”, diz Greenwood, observando que, quando a primeira Casa dos Sonhos (feita de papelão) foi lançada em 1962, era raro uma mulher ter sua própria casa. Spencer acrescenta: “Ela é o ícone supremo do feminismo”.
Em “Barbie”, Gerwig se propôs a criar um mundo completo. “Criamos literalmente o universo alternativo da Terra da Barbie”, diz a diretora, que buscou uma “artificialidade autêntica” em todas as oportunidades. Como exemplo, ela cita o uso de um cenário pintado à mão para capturar o céu e as Montanhas San Jacinto: “Tudo precisava ser tátil, porque os brinquedos são, acima de tudo, coisas que se tocam”. E também precisava ser rosa. “Manter a ‘infantilidade’ era primordial”, conta ela, e finaliza “Queria que os tons de rosa fossem muito vibrantes e que tudo fosse quase demais. Não queria esquecer o que me fez amar a Barbie quando era uma menininha”.
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Fonte: Glamurama